
A morte de Wallace Sacramento Borges, de 22 anos, motorista por aplicativo baleado em um assalto na Avenida Ogunjá, em Salvador, gerou grande comoção e um protesto na tarde desta quinta-feira (27). Motoristas de aplicativos e motociclistas se reuniram na Avenida Paralela, na altura do Imbuí, para pedir mais segurança e justiça pelo crime brutal.
Wallace, que foi baleado na cabeça na noite do último domingo (23), teve morte cerebral confirmada na quarta-feira (26).
Ele estava parado em um semáforo quando foi abordado por três assaltantes que tentaram roubar seu veículo. O trio estava fugindo de outro roubo frustrado, após o carro roubado parar por conta de um sistema de trava. Mesmo sem reagir, Wallace foi baleado e nada foi levado.
O jovem foi levado ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu. Até o momento, os suspeitos não foram identificados ou presos.
Protesto e desabafo da família
Durante o protesto, motoristas exibiram mensagens de “LUTO” nos carros e gritavam: “Uber não quer morrer!”. O irmão de Wallace, Gabriel Borges, falou sobre a dor da família e a sensação de insegurança enfrentada por quem trabalha como motorista por aplicativo.
“A gente, da família, se sente abraçado. Estamos aqui junto com a classe Uber, a galera da moto, fazendo barulho para que isso não e batido e não vire só mais uma estatística”, disse Gabriel em entrevista à TV Bahia.
Gabriel relatou que falou com o irmão pela última vez às 19h de domingo, pouco antes do crime. “Cerca de 1h30 depois, recebemos as primeiras notícias. Foi desespero. Nós corremos para o HGE ainda com esperança, mas a plantonista já deu o parecer do caso”, contou.
Ele classificou o crime como “pura maldade” e lamentou que o irmão tenha sido a vítima escolhida. “Wallace deu azar de ser o primeiro carro que esses meliantes avistaram. Não houve reação. O vidro estava fechado, a porta também. Eles atiraram por maldade. Não levaram nada: nem carro, nem aliança. Nada.”
Gabriel ainda desabafou sobre a insegurança da profissão. “Motorista por aplicativo está virando uma profissão perigo. A gente está cansado.”
Investigação e posicionamento das autoridades
O secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, afirmou que as investigações estão em andamento e que o caso é tratado como prioridade. “Nos solidarizamos com a família e reafirmamos o compromisso da polícia em entregar os responsáveis à Justiça. A investigação já está em curso, com perícias realizadas e imagens da região coletadas”, disse Werner à TV Bahia.
A Polícia Civil classificou o caso como latrocínio (roubo seguido de morte) e informou que a Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) está à frente do inquérito. Até o momento, não há atualizações sobre o paradeiro dos suspeitos.
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